Todos nós cometemos erros, todos nós temos defeitos, todos nós sofremos as consequências de escolhas mal feitas. Um dos meus piores defeitos é acreditar. Acreditar em anjos da guarda, em sonhos, em dias perfeitos, em finais felizes. Se há coisa que não existe são finais felizes. Basta a palavra final para perder toda a magia. E tudo um dia acaba, porque o "para sempre" não existe. Há coisas que valem a pena apesar do pouco tempo que duram. E há outras que o prazo de validade já vem tarde. Queria tanto não criar expectativas sobre as pessoas, sobre os momentos, sobre a vida. Odeio as desilusões que essas expetativas carregam. Mais cedo ou mais tarde, lá vem ela como uma onda gigante que nos faz comer areia. A vida é assim, cheia de lições para nos dar.
Gostava de explicar o que sinto mas na realidade não sinto nada. Aquele aperto no coração e o sorriso parvo sempre que ouvia o nome dele. A satisfação de chegar a sexta-feira e ter o fim de semana só para mim. A calma que alcançava com o silêncio. O gozo de me infiltrar na multidão e ser uma estranha. A animação quando fazia algo que gosto. O bom humor matinal. Até a irritação quando a minha irmã me roubava o comando da televisão. Tudo isso desapareceu. Agora quando a minha irmã chega eu vou para o meu quarto para não ter discutir. Acordo mal disposta todos os dias. Saiu para tirar umas fotografias e nem isso me anima. O barulho da multidão incomoda-me mais do que o normal. O silêncio não me deixa pensar. O fim de semana é só mais uns dias da semana. O amor por ele parece que desapareceu. Não sinto mais nada. São dias tristes. Sem vontade para nada. Só dormir. Dormir para que ninguém me incomode, dormir para sonhar, dormir para me manter acordada. Não sei se isso faz sentido. Não me si
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