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A mostrar mensagens de novembro, 2013
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Essa menina dá pelo nome de Beca. Alcunha dada pelos amigos que acharam que assentava como uma luva. Vida nova. Vida rebelde. Ou amostra de vida. Quando era miúda tinha cara de anjo e era-o na realidade. Começou a crescer. Começou a magoar-se. Começou a aprender com os erros. Hoje, tem idade suficiente para saber o que custa ser feliz.
Todos os dias que tinha que ir para a escola cumpria a sua rotina. Acordava com o despertador quase a cair ao chão. Levantava-se com muito esforço. Ia a dormir para a banheira e a dormir saía. Vestia a primeira coisa que encontrava no armário. Calçava os seus ténis preferidos, os azuis. Dava um jeito no cabelo embaraçado. Comia a sua taça de cereais. Lavava os dentes. Pegava na sua mochila vermelha toda riscada e carregada com tudo menos o que era preciso para as aulas. Saía de casa sem sequer ver ninguém. Dirigia-se à paragem do autocarro e ficava à espera que o vento a levasse.  Entrava no autocarro que a ia levar ao inferno. Aquele inferno onde não existiam chamas como se vê nos filmes. Era pior. Existiam pessoas capazes de tudo para proveito próprio. Ela tinha uma amiga. Uma no meio de 1000 alunos. Andavam sempre juntas. Ela era a única pessoa confiável naquele edifício. Contavam tudo uma à outra e tornaram-se como irmãs. Era a irmã mais velha que ela nunca teve. Ajudavam-se. Apoia
Era uma vez,  uma menina simples de cabelos ondulados e olhos expressivos. Pequenina em tamanho e em afecto. Vivia numa cidade cheia de espinhos mas que para ela eram flores. Ingénua. Sem noção.  Sempre aquela que ouvia mas nunca era ouvida. Sempre aquela que ajudava mas que nunca aceitou ajuda. Sempre aquele ser frágil e inocente. Fugia dos problemas com medo de os enfrentar. Saía magoada de cada episódio mas sofria em silêncio. No seu quarto. No seu canto. No seu refúgio. Chorava, chorava e chorava. Em silêncio. No escuro, chorava. Não tinha amigos, não tinha apoio.  Um dia, acordou com o sol a entrar pela janela. Os raios eram quentes e aqueceram o seu coração. Foi como um abanão na vida. Não foi o sol mas sim a maneira como ela interpretou aquele episódio. Mudou a vida dela. Aquela menina frágil e que não tinha amigos mudou. Talvez não para melhor mas mudou.  Passou a ser a menina fria e egoísta que ninguém se quer aproximar. Ela percebeu o que se passava à sua volta e fez f