lua cheia

Há uns dias atrás, na noite de lua cheia, num dos passeios noturnos com a minha mãe e as amigas dela, ouvi uma coisa que me ficou na memória. A lua emanava uma luz imensa, brilhante e forte. A cada passo do percurso, naqueles sítios onde as árvores não escondiam essa beleza única, eu olhava para cima. Não sei porquê mas ela consegue cativar a minha atenção. Pode ser a forma, a cor, o tamanho mas acho que é mais o seu lado mítico. Uma das pessoas que vinha connosco disse que conseguia ver os olhos e a boca quando olhava para aquele corpo celeste cheio de luz e por mais que me esforçasse não consegui perceber onde. Ao que uma senhora respondeu que o que ela via, olhando para a lua naquele momento, era um coelhinho com as orelhas para trás e eu simplesmente ri. Até que ela disse "cada um vê uma coisa diferente porque nós não vemos o mundo todos da mesma maneira".

E agora que penso nisso, ela tem toda a razão. Nós vemos o que queremos ver e por vezes custa-nos aceitar que estamos errados, que é só da nossa cabeça. Em diversas situações na minha vida, eu tomo como garantido que aquilo que eu vejo, sei, sinto, é aquilo que os outros veem, sabem e sentem e mais tarde levo com um balde de água fria. Estou a começar a habituar-me a tremer um pouquinho todos os dias.

Voltei a olhar para a lua e o que conseguia ver eram as crateras lunares, como tinha estudado. Lembro-me de pensar que um pouco de ignorância não me faria mal nenhum. Talvez conseguisse ver a lua a sorrir-me ou coelhinhos. Por agora, contento-me com o brilho único.

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