Um dia, estas sentada numa esplanada a tomar um café depois de almoço. Sozinha, apenas com o barulho de fundo de uma cidade com meia dúzia de pessoas. O telemóvel sobre a mesa farto de tocar e cheio de mensagens a perguntar por anda andas. Dos teus amigos.Dos teus conhecidos. Não atendes, não respondes. De perna cruzada e óculos de sol. Com as tuas calças preferidas e com a camisa que te caí pelos ombros perfeitamente. Os teus ténis, os azuis, os de sempre. Com a mala cheia de coisas desnecessárias. Estavas pronta para enfrentar o mundo. Em vez disso, ficaste naquela cadeira, sentada. A observar. A julgar talvez. Os casais que passavam, os que discutiam no meio da rua. Os casais de idosos que passavam ali de mão dada. Os avós que traziam os netos à rua para jogar à bola. O grupos de amigos, ou apenas conhecidos, que saíam da escola ali perto. Os que saíam do trabalho para almoçar ainda. Tanta coisa para ver, tanta coisa para apreciar. A tua vida pode estar uma confusão imensa, até podes nem saber o que fazer a seguir. Vai até um café, senta-te numa esplanada. Desliga o telemóvel e aprecia a vida dos outros. Não penses na tua. Apenas aproveita o dia.
O sentimento de posse é horrível. Eu não quero sentir que todos os que gosto me pertencem. Não quero sentir ciúmes dos meus amigos. Não quero estragar amizades verdadeiras por causa do meu orgulho estúpido. Mas eu já tentei mudar. E é difícil. As pessoas não são minhas e eu devia perceber isso. Qual é a dificuldade Beca? Tu estás sozinha e ninguém é teu. Os teus amigos têm outros interesses, não vivem para ti, percebe isso. Estás mal? Aguenta firme. Não chora. Não ri. Não respira. Não desiste. Não dá parte fraca. Estás bem? Sorri. Saí de casa. Apanha um pouco de calor. Apanha um pouco de ar puro. Passeia. Diverte-te. Não te esqueças que vives por ti e para ti.
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