As memórias ou recordações, para ela, conseguem ser o melhor e o pior da vida. A Beca guarda um pequena caixa, em tamanho porque em histórias era capaz de ocupar o mar. Desde de amigos que se foram, amores passados, viagens, elogios e insultos, muito amor e ódio. Ás vezes ela quer abri-la e recordar mas desiste porque sabe que é um dia que desperdiça a chorar. E chorar, agora, não vale de nada. Tudo o que se passou na vida dela, é passado e deve ser deixado precisamente no passado.
Um dia, ela foi vasculhar a sua história. Descobriu bilhetes com pedidos de desculpa, fotografias antigas mas bem presentes, bilhetes de autocarro das suas rebeldes aventuras, bilhetes de noites de cinema animadas, medalhas dos seus triunfos no desporto, mais propriamente no voleibol, uma bola dos matrecos (uma tarde bem passada), as velas do seu melhor aniversário, pulseiras que significaram muito mas agora não fazem sentido, músicas impossíveis de ouvir sem chorar, uma colher de um gelado numa tarde quente de verão, saudade muita saudade. Encontrou amor, perda, desilusão, mágoa, raiva mas também concretização, força e coragem. As memórias são o melhor e o pior.

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