Passo o tempo toda a perguntar-me quando te vou ver. Pensei que quando te olhasse nos olhos outra vez iria fracassar. Que o meu coração acelerasse e esquecia tudo que me foste fazendo de mal, porque o bom é difícil de lembrar quando o mal é maior. Que iria sorrir quando me abraçasses como sempre. Que não ia querer largar-te nunca mais e rezasse para o tempo parar. Mas não! Não percebi o que aconteceu quando te vi... Não tive aquela vontade de correr para ti e te abraçar. Apenas nos cumprimentamos e tu achas-te que se passava alguma coisa comigo. Pois passasse! Passasse que não consigo agradar a todo o mundo. É difícil estar sempre a esforçar-me para gostarem de mim. Estou cansada que elevem tanto as expectativas em relação a mim. O que eu tenho de diferente? Opa deixem-me viver a vida! Se eu quero estragar ou acabar com a minha vida, só a mim diz respeito. Deixem-me errar. Deixem-me chorar. Deixem-me gritar ao mundo o que sinto. Porquê que tenho que me conter? É para não se sentirem mal com a minha felicidade ou culpados com a minha tristeza? Preciso de perceber o que se passa neste músculo que me faz viver e que nós associamos ao amor, o coração. Ele precisa de me explicar melhor o que se passa lá no seu cantinho é que eu não consigo perceber. A vida muda-nos e eu não acreditava até que passei por isso.
O sentimento de posse é horrível. Eu não quero sentir que todos os que gosto me pertencem. Não quero sentir ciúmes dos meus amigos. Não quero estragar amizades verdadeiras por causa do meu orgulho estúpido. Mas eu já tentei mudar. E é difícil. As pessoas não são minhas e eu devia perceber isso. Qual é a dificuldade Beca? Tu estás sozinha e ninguém é teu. Os teus amigos têm outros interesses, não vivem para ti, percebe isso. Estás mal? Aguenta firme. Não chora. Não ri. Não respira. Não desiste. Não dá parte fraca. Estás bem? Sorri. Saí de casa. Apanha um pouco de calor. Apanha um pouco de ar puro. Passeia. Diverte-te. Não te esqueças que vives por ti e para ti.
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