Sempre quis alguém que me ouvisse, não as parvoíces que digo com regularidade, não os comentários idiotas no meio da rua, não as piadas sem graça mas sim o que a minha alma não consegue dizer. Que fizesse um esforço para entender o que o meu olhar transmite, o que sinto e não demonstro, que ouvisse as batidas do meu coração. E quando encontrei essa pessoa, perdi-a.
Lutei por ele porque não sou pessoa de desistir e porque sabia que ele valia todo o esforço do mundo. Tentei segurá-lo em meus braços, tentei roubar-lhe a vontade de desistir de nós. Sem sucesso. Depois de um tempo a saudade lembrou-me que ele fazia parte de mim. Fazia. Já não faz. Amigos? Ele não deixou. Porquê? Ainda hoje não sei dizer, não consigo perceber. Ele conseguia ver em mim o que mais ninguém conseguia. Ver o meu lado bom, o meu lado sensível, o meu lado frágil. Conseguiu o que mais ninguém conseguiu. Despertar o meu lado romântico, o meu lado amoroso e meigo. E não só a Beca bruta, doida, imprevisível e perigosa. Despertou o melhor de mim.
"eu ainda gosto de ti." Não tem o direito de me dizer isto depois de um ano e uns meses de sofrimento, de saudade, de desilusão. Não tem o direito. Mas mesmo assim, o fez. Disse o que não poderia, nem agora nem nunca mais, dizer. Faz-me pensar o que sou eu. Ou o que ele pensa que sou. Eu não sou a rapariga que ele pode magoar quando quer, não sou a rapariga que tem que esperar que ele se digne a pedir desculpa por todos os erros que cometeu, não sou a rapariga que ele pensa. JÁ não sou a rapariga que ele pensa.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue