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Tentei escrever a minha história, descrever os momentos que me fizeram ser quem eu sou hoje, mas desisti e acabei sozinha com meia dúzia de linhas numa folha branca. Um folha branca na qual eu podia escrever sobre o meu futuro, sobre uma mudança... Mas em vez de escrever sobre uma nova vida, continuo a transcrever o passado, ou não seria eu. Cada um tem a sua maneira de lidar com as coisas. A forma que eu conheço é passar esse momento tantas vezes pela minha cabeça que vai haver um dia que não vai magoar mais ou então finjo, sempre é mais fácil. Fingir que não sou feita de vidro, fingir que certas palavras não me atingem, fingir sorrisos, fingir que não quebro facilmente e que me desfazer em lágrimas não é assim tão fácil. Depois de um dia a fingir que sei o que ando a fazer no mundo, vou-me deitar e aí as lágrimas perdem-se na escuridão. Posso ser de vidro mas tento parecer de ferro. Quando conhecem os nossos pontos fracos somos um alvo fácil e se há uma coisa que eu não sou é fácil.

"As pessoas são como os planetas, se olharmos de perto, vemos as marcas de colisões."

Existem muitas coisas que o tempo não pode apagar, as nossas colisões mais brutas ficam marcadas, pode não ser à superfície mas elas estão lá. Algumas podem ter valido a pena mas as feridas demoram a sarar e as cicatrizes doem bastante.

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