Muitas vezes, durante a minha vida, eu caí e senti que não tinha força para voltar a levantar-me. Então colocava uma máscara e fingia que estava tudo bem apesar de continuar no chão. Ia para a escola com um sorriso e chegava a casa ainda com ele. Durante o dia eu quase esquecia como o chão estava gelado e como o vento soprava, frio. À noite, na minha cama, quando não havia ninguém, eu tirava a máscara. Naquele momento não havia ninguém a quem dar justificações, ninguém para impressionar, não precisava de fingir. Podia ser eu mesma. E aí o medo chegava. Aquele medo que me paralisava. Ou melhor, paralisa.
O sentimento de posse é horrível. Eu não quero sentir que todos os que gosto me pertencem. Não quero sentir ciúmes dos meus amigos. Não quero estragar amizades verdadeiras por causa do meu orgulho estúpido. Mas eu já tentei mudar. E é difícil. As pessoas não são minhas e eu devia perceber isso. Qual é a dificuldade Beca? Tu estás sozinha e ninguém é teu. Os teus amigos têm outros interesses, não vivem para ti, percebe isso. Estás mal? Aguenta firme. Não chora. Não ri. Não respira. Não desiste. Não dá parte fraca. Estás bem? Sorri. Saí de casa. Apanha um pouco de calor. Apanha um pouco de ar puro. Passeia. Diverte-te. Não te esqueças que vives por ti e para ti.
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